Depois de muitos meses de incertezas por conta do confinamento, as atividades econômicas no território nacional estão agora em um momento de retomada gradual. Hotéis, pousadas e casas de aluguel por temporada começaram a reabrir as portas e os brasileiros aos poucos resolveram viajar.
Em relação ao setor hoteleiro, 60% dos hotéis já reabriram e aos poucos a ocupação começa a voltar. O maior movimento está no turismo de lazer, com destaque para o interior paulista com 40% e litoral com 30% de ocupação. “As pessoas que estão todo esse tempo em home office ficaram com muita vontade de viajar e estão procurando agora destinos de curta distância onde vão com o próprio carro, dentro do próprio estado em que moram. Com isso, nós já tivemos uma movimentação positiva no turismo de lazer, principalmente no interior e no litoral.” explica Bruno Omori, Presidente do IDT-CEMA (Instituto de Desenvolvimento Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente).
A quarentena ainda está em vigor no Estado de São Paulo, mas essa demanda reprimida tem muito potencial para fazer esse setor girar. “Existe uma grande possibilidade inclusive de crescimento no Estado de São Paulo, que é o maior emissor de turistas para a capital e segundo maior para o interior. Se nesse começo esses turistas estão procurando destinos regionais, então eles devem fazer um fluxo maior que vai trazer uma grande demanda para o interior e litoral.” completa Omori. Além disso, o setor começa a trabalhar também o turismo corporativo, com o retorno de alguns pequenos eventos e as feiras maiores em outubro, que trazem mais volume de negócios nesse segmento.
As fronteiras internacionais fechadas por enquanto para os brasileiros, também devem ser levadas em consideração e faz com que o público escolha lugares dentro do país, aumentando o movimento interno. “Por outro lado, o Brasil também tem um grande potencial como destino, como consequência do dólar alto. Isso quando for possível receber os turistas de fora do país, claro” diz Bruno.
Para incentivar essa primeira movimentação de turistas, o Conselho Nacional de Turismo juntamente com as Secretarias de Turismo e Saúde de São Paulo, além dos órgãos que representam todos esses setores criaram uma série de protocolos de segurança, sanitização e higiene das habitações, desde a utilização de EPIs (máscaras, luvas, álcool gel), distanciamento no check in e mesas de restaurantes, nova higienização criada para as áreas comuns, agendamento do café da manhã, refeições individualizadas, buffet com colaboradores e uma série de outras ações.
Pensando no futuro, o presidente do IDT-CEMA destaca três fatores importantíssimos para atrair as pessoas para o próximo verão. Primeiro, é a chegada do crédito prometido pelo Ministério do Turismo para o final da cadeia do setor, principalmente para os pequenos empresários, para que tenham capital de giro suficiente para reabrir, contratar seus colaboradores, investir em medidas de segurança, além de campanhas de divulgação do negócio. Segundo, é adotar os protocolos rigorosamente para que as pessoas se sintam seguras para voltar a viajar. Terceiro é ser criativo e promover promoções diferentes com descontos, passeios e situações que façam o consumidor ter uma experiência única no destino escolhido.
Com a volta das viagens, também não faltam oportunidades para o mercado de vinhos e destilados. O segmento já está em um bom momento, com um crescimento de 72% no consumo durante esse período de quarentena. Com esse cenário favorável, é hora de os hotéis aproveitarem esse novo hábito de consumo de vinhos em momentos de lazer para incrementar suas cartas ou até aumentar oferta de rótulos. Durante as viagens, os turistas ficam mais relaxados e desfrutam de cada momento de descanso, seja para uma boa taça de vinho num almoço ou jantar especial como para um espumante na piscina. “Acreditamos que os meios de hospedagens estão investindo cada vez mais em cartas de vinhos especiais com opções que atraiam os clientes. Temos um grande potencial de crescimento nesse mercado dentro dos hotéis.” relata Bruno.