Que o vinho foi eleito a bebida preferida da quarentena todo mundo já sabe. Vários fatores foram decisivos nesse aumento, como o fechamento dos bares e restaurantes, a proibição das festas e a circulação de pessoas para o turismo, que acabou mudando o momento do consumo para os lares.
Aqui no Brasil, o aumento no consumo da bebida foi de 72% em relação ao primeiro trimestre de 2020. Em números reais, isso quer dizer que cada brasileiro consumiu em média 2,81 litros de vinho entre abril e junho – os dois meses em que o confinamento foi mais restritivo. “O Brasil é um país muito cervejeiro, mas com a pandemia mais pessoas buscaram o prazer da gastronomia mais refinada e em família, que combina muito com vinho” explica Felipe Galtaroça, CEO da Ideal Consulting.
A grande surpresa, no entanto, foi o crescimento na venda dos vinhos brasileiros – foram 39% de aumento em relação ao mesmo período do ano passado. Traduzinho em números, foram vendidos 4,4 milhões de litros de vinhos nacionais nesse período de quarentena (dados compilados pela ABS-RS).
Com a chegada da pandemia ao país, as vinícolas brasileiras foram muito rápidas e investiram nas vendas por e-commerce. Algumas já possuíam esse serviço e quem não tinha, correu para promover alguma ferramenta. Além disso, a indústria nacional começou a conversar com seu público em ações de marketing, lives nas redes sociais e todos os canais de atendimento possíveis. Preços mais acessíveis e vendas em supermercados também foram favoráveis nessa concorrência com os importados. Agora no inverno a expectativa é que esses números sejam ainda melhores. Já para o verão, a aposta são os rosés. “O vinho preferido dos brasileiros é o tinto, mas o rosé apresenta um grande crescimento. O brasileiro tem um paladar mais adocicado e esses vinhos combinam com o clima do verão”, afirma Galtaroça.