Com regiões clássicas como Toscana, Piemonte e Vêneto, os vinhos italianos ocupam a quarta posição entre os mais importados pelo Brasil. É o segundo país europeu que mais vende brancos e tintos por aqui, atrás apenas de Portugal, que ocupa a segunda posição, e na frente da França, atualmente o quinto país mais procurado pelos brasileiros quando o tema são os vinhos.
A Itália, no mundo do vinho, pode ser definida como vários países em um só, tamanha a sua diversidade e a quantidade de uvas autóctones. Neste cenário, a Toscana, terra dos Chiantis e dos Brunellos di Montalcino, é a principal região do país da bota quando o ranking se baseia nos vinhos italianos mais exportados para o Brasil.
Nos primeiros sete meses de 2020, o Brasil importou US$ 183,4 milhões, em valores FOB, em vinhos. Da Itália foram US$ 16,1 milhões. Deste total, US$ 4,5 milhões tiveram origem na Toscana, o que corresponde a 95,9 mil caixas de 9 litros. Ao todo, a Toscana corresponde a 27,8% dos rótulos italianos importados pelo Brasil de janeiro a julho deste ano, em valores pago pelas garrafas.
Em igual período do ano passado, a Toscana também detinha esta liderança, mas sua participação era de 23,2%. Isso equivalia a US$ 4 milhões, com 71,9 mil caixas de 9 litros de vinho. Comparando janeiro a julho de 2019 com 2020, há um aumento de 12,5% em valor, e de 33% em volume. Os dados apontam que, também nesta região de prestígio, há uma procura por rótulos de menor valor.
Quando analisados quem traz os vinhos italianos, os distribuidores, que são os importadores tradicionais, fecharam julho de 2020 com 56,5% de participação de mercado. Importação direta por supermercados, com 26,2% e empresas de e-commerce, com 17,3% são os demais importadores.
Os dados de janeiro a julho de 2019, no entanto, mostram como supermercados e e-commerce estão comprando mais os vinhos italianos e puxando o valor das garrafas para baixo. Neste período, os distribuidores tinham uma participação maior, de 68,6%, enquanto os supermercados ficaram com 16,7% e os e-commerce, com 14,8%.
O Brasil traz da Toscana vinhos de maior valor do que de regiões menos famosas, como a Emiglia Romagna, Puglia ou Abruzzo. Assim, quando analisado a região vinícola que mais exporta vinhos para o Brasil em volume a liderança passa a ser da Emiglia Romagna, tanto no período de janeiro a julho de 2020 como de 2019. São 175,8 mil caixas de 9 litros de vinho em 2020 e 241 mil caixas em 2019. Em seguida, vem a Puglia, com 121,5 mil caixas neste ano e 118,5 mil caixas em 2019.
Outro ponto a chamar a atenção é a preferência crescente pela uva Primitivo no Brasil. De janeiro a julho desde ano, foram 72,8 caixas de 9 litros com vinhos elaborados com esta variedade, o que corresponde a US$ 2,2 milhões. São vinhos que custam US$ 30,4 a caixa de 9 litros, sempre em valores FOB. Em igual período do ano passado, a importação de Primitivo estava em segundo lugar do ranking, atrás dos populares Lambruscos.
O Lambrusco, alias, segue firme como o tipo de vinho italiano mais importado para cá. Este vinho tem muito volume de venda, mas com um valor unitário baixo. Nos primeiros sete meses de 2020, foram 146 mil caixas de 9 litros de Lambrusco, com o valor médio da caixa de US$ 14,5. Para comparar, as importações de Lambruscos nestes sete meses foi de US$ 2,1 milhões, menor do que a do Primitivo, apesar do volume ser o dobro.
Na relação das principais regiões italianas, depois da Toscana, líder em valor e em terceiro lugar em volume, segue a Puglia, em segundo lugar em valor e em volume, e a Emiglia Romagna, líder em volume e em terceiro lugar em valor. A seguir neste ranking estão duas regiões também conhecidas pelo prestígio dos seus vinhos. Em quarto lugar tanto em valor como em volume está a região do Vêneto. O Piemonte, dos clássicos Barolos e Barbarescos, ocupa a quinta posição em valor, mas o sétimo lugar em volume, já que os vinhos da região são tradicionalmente mais caros. Os Barolos têm um valor FOB de US$ 173,4 pela caixa de 9 litros e os Barbarescos, de US$ 243.
O ranking das dez principais regiões italianas que exportam para o Brasil se completa com a Sicilia (sexto em valor, quinto em volume); Abruzzo (sétimo em valor, sexto em volume); Friuli (oitavo em valor, décimo em volume); Umbria (nono em valor, oitavo em volume) e Lazio (décimo em valor, nono em volume).