Cresce para 2,37 litros o consumo per capita de vinho no Brasil.

Não é novidade que o consumo de vinho no Brasil é crescente nesta quarentena. Mas impressiona o volume deste aumento. Com todos os dados do primeiro semestre de 2020 computados, o consumo per capita de vinhos chegou a 2,37 litros por brasileiro com idade acima de 18 anos por ano.

Este ano atípico começou com um período de pânico, que durou até março, quando o Covid 19 mostrava a sua força no mercado externo, mas ainda não causava vítimas por aqui. A partir de meados de março, com o vírus presente no Brasil e a consequente quarentena, começou-se a desenhar uma curva de crescimento no consumo de vinho, principalmente com as vendas nos supermercados e no e-commerce. Desde então, o aumento acontece tanto nos vinhos importados, como na comercialização dos rótulos finos brasileiros e, principalmente, nos vinhos de mesa nacionais.

Em maio e junho, tanto a importação como a venda das vinícolas brasileiras ganharam novo impulso. Passou a ser necessário repor os estoques, consumidos nos primeiros meses do ano e garantir prateleiras abastecidas para as compras de inverno, quando cresce a demanda, principalmente para os vinhos tintos.

O resultado é que a soma da importação com a comercialização dos rótulos brasileiros totaliza 200 milhões de litros de vinhos neste primeiro semestre de 2020, um aumento de 27,8% em relação a comercialização do mesmo período em 2019. Apenas em junho, foram comercializados 60 milhões de litros de vinho. No ano passado, outubro foi o mês com maior volume (aqui somado a importação com a venda das vinícolas), com um total de 47,7 milhões de litros.

O consumo per capita é ainda maior quando analisado apenas os dados do segundo trimestre de 2020. De abril a junho, ele foi de 2,81 litros por habitante maior de 18 anos, um aumento de 39% se comparado com igual período de 2019. Ou, se analisado apenas o consumo na quarentena, o aumento do consumo per capita foi de 72%, na comparação com o primeiro trimestre do ano.

É o vinho de mesa brasileiro, aquele elaborado com variedades de uvas não viníferas, quem está liderando este crescimento. Na comparação do primeiro semestre de 2020 com igual período de 2019, o aumento do volume comercializado foi de 39%, chegando a 45 milhões de litros. A alta mais expressiva, proporcionalmente, foi dos vinhos finos brasileiros, de 50%. Os vinhos importados aumentaram 8%, chegando a 10 milhões de litros.

Com este aumento, os vinhos de mesa brasileiros atualmente representam 68% do mercado total de vinhos no país (eram 64% no primeiro semestre de 2019); os importados passaram de 32%, nos primeiros seis meses de 2019, para 27%, neste semestre, e os vinhos finos nacionais, subiram de 4% para 5%.

Quando se compara apenas os vinhos finos, os importados agora representam 84%, contra 88% do primeiro semestre de 2019; e os rótulos brasileiros somam 16% (eram 12%).

Nesta trajetória de crescimento, apenas os espumantes registram queda no consumo per capita neste primeiro semestre na comparação com janeiro a junho de 2019. Com o equivalente a 0,143 litro per capita, o consumo das borbulhas teve uma redução de 2%, aqui incluído os rótulos nacionais e os importados. A explicação é direta: esta categoria ainda é muito associada as festas e comemorações, que sofreram forte impacto nesta pandemia.

O aumento deste interesse pelos vinhos levanta várias questões, que serão respondidas ao longo dos próximos meses. A mais relevante delas é se este consumo se sustentará quando uma vacina for eficaz no combate ao coronavírus. Mas só o tempo responderá.

Felipe Galtaroça Ideal Consulting
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