Pesquisa publicada na Science revelou que a domesticação das videiras ocorreu há 11 mil anos, muito antes do que se pensava, e em dois locais distintos no Oriente Próximo e no Cáucaso, alterando a compreensão da origem do vinho e sua evolução
Uvas para vinho
Antes deste importante estudo, acreditava-se que a produção de vinho teve seu início na região do sul do Cáucaso. O estudo atualizou que, na verdade, houve domesticações em dois locais diferentes (cuja distância era de 1.000km) ao mesmo tempo.
Adicionalmente, de acordo com a pesquisa, a domesticação ocorreu com uvas para comer e não para fazer vinho. Contudo, ao chegarem na Europa, essas uvas cruzaram com castas silvestres locais e o resultado foi: uvas menores, menos doces, com cascas mais grossas.
Para comer pareciam não serem muito apetitosas. Em contrapartida, eram excelentes para passarem pelo processo de fermentação alcoólica.
A pesquisa da domesticação de uvas
A pesquisa analisou a sequência de DNA de milhares de amostras de videiras cultivadas, bem como de videiras selvagens de Vitis vinifera (e da subespécie sylvestris). A partir daí o estudo ganhou força, pois foi capaz de determinar quando e onde ocorreu uma divisão feita pelos ancestrais que selecionaram as vinhas pela qualidade dos frutos (palatabilidade, cor e, por exemplo, hermafroditismo).
O biólogo vegetal do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, na Alemanha, um dos autores do estudo, sugeriu que o vinho possivelmente foi um dos primeiros bens comercializados de forma global. O que, ousadamente, podemos dizer que a domesticação da videira tenha sido um dos motores da civilização.
Curiosidade
O Levante é o lar de muitas plantas domesticadas, como trigo, cevada, linho e lentilha. Agora as uvas podem incrementar essa lista. As primeiras domesticações foram de cereais e ocorreram há 11 mil – 11.500 anos. Isso mostra que as videiras foram domesticadas na mesma época, em um tempo muito, muito distante.
Leia o estudo na íntegra AQUI.
Fonte: Enocultura
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