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Descorchados 2025 apresenta a nova safra dos grandes vinhos da América do Sul

Em sua 27ª edição, guia mostra como a identidade da bebida está cada vez mais ligada à sua origem; entre os melhores vinhos do continente, dois obtiveram nota máxima, um argentino e outro chileno

A equipe da ProWine São Paulo prestigiou o lançamento do aguardado Guia Descorchados 2025, que aconteceu em São Paulo, no dia 1º de abril, em um evento com degustação e a presença dos melhores produtores da América Latina. A publicação, referência para consumidores e especialistas, traz avaliações de rótulos da Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, Peru e Bolívia. Em sua 27º edição, foram mais de 4.000 vinhos degustados, abrangendo 210 vinícolas argentinas, 186 chilenas, 44 uruguaias, 47 brasileiras, 20 peruanas e 5 bolivianas. A lista com os melhores inclui 102 nomes.

“Nós cobrimos todo o panorama enológico da América do Sul e há algumas surpresas, como a Bolívia. Este ano, descobrimos vinhos bolivianos de excelente qualidade, especialmente na região de Tarija e no Vale de Los Cintis. A Bolívia merece atenção, assim como a Argentina, onde o Malbec continua em evidência. No entanto, os blends também se destacam, com combinações sofisticadas de Malbec com Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon. O Chile segue como uma fonte excepcional de grandes vinhos, com o Cabernet Sauvignon ainda reinando absoluto. Além disso, começam a surgir propostas interessantes com Garnacha. Hoje, a América do Sul se consolida como uma região extremamente generosa na produção de vinhos de alta qualidade”, conta o autor do Descorchados, Patrício Tapia.

Depois de surpreender o público com inéditos dois vinhos de 100 pontos no ano passado, o guia traz novamente dois nomes com a nota máxima: mais uma vez o argentino Catena Zapata Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae, mas na safra 2022, e o primeiro chileno a alcançar o feito, Undurraga Altazor 2021.

Segundo Tapia, para que um vinho atinja a pontuação máxima, é claro que há um componente subjetivo, mas ele precisa demonstrar caráter, expressar sua origem e ir além da simples tipicidade da variedade. No caso do Undurraga Altazor 2021, ele está fortemente ligado ao Cabernet Sauvignon de Alto Maipo, no Maipo dos Andes. Já o Malbec, Catena Zapata Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae, se conecta ao Vale do Uco, especialmente à região de Gualtallary. São vinhos que vão além da identificação varietal, trazem consigo a identidade do terroir acima de qualquer outra característica.

“Nosso vinho foi o primeiro chileno a receber 100 pontos no Descorchados. Convido a todos a degustar este grande vinho, um Cabernet Sauvignon de montanha da região de Pirque, no Alto Maipo. Proveniente de um clima muito frio e solo aluvial, é um rótulo extremamente elegante e refinado. Vocês poderão apreciá-lo na ProWine São Paulo 2025, no estande da Bodegas Grupo Wine, que o traz ao Brasil especialmente para vocês”, fala o enólogo chefe da Viña Undurraga, Rafael Urrejola.

Do Brasil, o melhor colocado no Descorchados 2025 foi o espumante gaúcho Casa Valduga Maria Valduga Nature, com 95 pontos.

O diretor da ProWine São Paulo e CEO da Inner Group, editora responsável pelo Descorchados, Christian Burgos, lembrou que o trabalho de Tapia para o guia começou há 27 anos, quando o cenário do vinho sul-americano era muito diferente, com as atenções voltadas quase exclusivamente para Chile e Argentina. Na época, os vinhos buscavam imitar o paladar americano, possivelmente para atender à demanda desse mercado, apresentando-se como rótulos superestruturados, maduros e com intenso uso de madeira.

“O Descorchados nasceu com uma proposta diferente, voltada para a Europa e para a história do vinho em sua essência, em um tempo em que os teores alcoólicos não chegavam a 14% ou 15%. Felizmente, conseguimos fazer com que o guia acompanhasse essa evolução, não apenas na América do Sul, mas no mundo todo”, ressalta Burgos.

Para Tapia, a maior evolução do vinho sul-americano nesses 27 anos foi a mudança de foco: se antes a conversa girava em torno das variedades, hoje o destaque está na origem. Para ele, isso é um excelente indicativo de que o vinho é uma bebida diversa, cuja identidade está diretamente ligada ao seu local de produção. Esse tem sido, em sua visão, o avanço mais significativo ao longo do tempo: a valorização dos vinhos com sentido de lugar.

“Na América do Sul, Patrício teve um papel crucial ao ajudar os produtores a ganharem confiança para darem um passo atrás. Hoje, quando falamos de Descorchados, não falamos mais de variedades como Malbec ou Cabernet Sauvignon, e sim dos vinhos de cada local — Limarí, Maipo, Vale do Uco, El Cepillo etc. Cada região está expressando seus vinhos dentro do próprio contexto, trazendo muito mais autenticidade à bebida. O mais curioso é que, inicialmente, acreditava-se que esses vinhos, por serem mais esbeltos, não evoluiriam tão bem. Mas esse foi um erro, pois, se olharmos para Champagne e Borgonha, vemos vinhos elegantes, com uma incrível capacidade de envelhecimento. E essa é a tônica do Descorchados em 2025”, garante Burgos.

Criado em 1999 pelo jornalista e crítico chileno Patricio Tapia, o Descorchados não apenas classifica os vinhos, mas também compartilha histórias e percepções sobre o cenário vitivinícola atual. Publicado em três volumes que totalizam 1.172 páginas, o guia 2025 pode ser adquirido AQUI.

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