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O potencial inexplorado do vinho na África

Assunto será pauta de masterclass de Chinedu Rita Rosa na PWSP; com mais de 24 anos de experiência na indústria do vinho, ela dirige a Vines By Rosa, consultoria em Bordeaux, que auxilia vinícolas da Europa e EUA a ampliarem suas exportações e visibilidade na África

A África desponta como uma das regiões mais promissoras para o futuro da indústria do vinho, com uma população jovem e crescente e um mercado consumidor cada vez mais interessado em experiências sofisticadas. O continente representa um enorme potencial para a expansão tanto do consumo quanto da produção. O tema será tratado na palestra de Chinedu Rita Rosa na ProWine São Paulo. Com mais de 24 anos de experiência na indústria do vinho, atuando em diversas áreas, Chinedu dirige a Vines By Rosa, sua consultoria em Bordeaux, onde auxilia vinícolas da França, Itália, Portugal, Espanha e EUA a ampliarem suas exportações e visibilidade na África.

“A indústria vinícola está ganhando destaque global, impulsionada por novas regiões produtoras no continente e pelo aumento do consumo local. No que tange à produção, a África do Sul domina o mercado, respondendo por mais de 90% dos rótulos africanos. Contudo, ainda há um vasto potencial a ser explorado em outras regiões promissoras que podem se desenvolver com as condições adequadas”, diz Chinedu.

Nos últimos dez anos, o consumo de vinhos na África registrou crescimento, mesmo com a queda global. Isso é fruto de fatores como o aumento da importação de países como França e Itália, além do maior acesso à educação sobre a bebida, impulsionado por plataformas como o Vivino. A executiva também destaca a expansão da classe média, que busca produtos aspiracionais. Regiões da África Ocidental e Oriental ainda são pouco exploradas, o que representa um potencial significativo de expansão.

O aumento das exportações de vinho para a África atende a diferentes perfis de consumidores. Aqueles que antes precisavam viajar para encontrar seus rótulos preferidos agora os encontram localmente, enquanto novos consumidores têm acesso a uma maior diversidade de opções.

“Com o consumo social em alta e a influência da cultura global, o vinho está se tornando mais popular, especialmente entre jovens. Degustações, clubes de vinhos e harmonizações estão se espalhando, e as redes sociais têm tornado a cultura do vinho mais acessível para a classe média, que está ditando tendências”, comenta Chinedu.

Ela também identifica desafios para o mercado vinícola africano, como a volatilidade cambial, que impacta importadores e a percepção de preços pelos consumidores. Além disso, as mudanças climáticas afetam especialmente a África do Sul, com secas e clima imprevisível prejudicando a produção. Infraestrutura precária e barreiras regulatórias também complicam a distribuição, enquanto o vinho enfrenta forte concorrência de bebidas como cerveja e destilados, mais acessíveis e tradicionais no continente.

Com os investimentos certos, infraestrutura adequada e apoio governamental, os produtores africanos podem alavancar o terroir único do continente para se destacarem com vinhos de regiões menos conhecidas, que estão despertando interesse mundial. Há também grande potencial para colaboração entre produtores africanos, que podem compartilhar conhecimentos e tecnologias para fortalecer a demanda por vinhos locais.

Embora a África do Sul seja a principal produtora de vinhos do continente, outros países também estão envolvidos no cultivo de uvas, como Argélia, Marrocos e Etiópia, mesmo que nem toda a produção seja destinada a essa bebida. A participação dos países africanos na produção global é de 5% em termos de área cultivada e 4% em volume de produção.

Chinedu ressalta a importância da pesquisa e do desenvolvimento para impulsionar outras regiões africanas, aproveitando climas diversos e variedades de uvas resistentes ao calor. Práticas sustentáveis e o foco em uvas indígenas podem criar um nicho no mercado global, enquanto o enoturismo e a combinação de técnicas tradicionais com inovações tecnológicas oferecem um diferencial competitivo.

Nos próximos cinco a dez anos, a CEO prevê um crescimento significativo da indústria vinícola africana, com maior reconhecimento global e parcerias internacionais. Este cenário é favorável para que o Brasil explore oportunidades de colaboração com o mercado emergente de vinhos do continente.

“Eventos como a ProWine São Paulo são fundamentais para conectar produtores africanos com compradores e distribuidores globais, ampliando as oportunidades de exportação e promovendo o enoturismo. Além disso, fomentam parcerias e investimentos na indústria local”, conclui Chinedu.

A masterclass “O potencial inexplorado do vinho na África: Desvendando o futuro da indústria no continente / Africa’s Untapped Wine Potential: Unlocking the Future of the Industry in the Continent” acontecerá durante o ProWine Forum, no dia 3 de outubro, das 13h45 às 14h45.

Mais informações em www.prowinesaopaulo.com.

ProWine São Paulo 2024

A ProWine São Paulo acontecerá de 1º a 3 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP e é um spin-off da ProWein de Düsseldorf, na Alemanha. Desde sua estreia, em 2019, tem proporcionado uma experiência única, reunindo os principais players da indústria durante três dias para geração de negócios, lançamentos, networking e compartilhamento de conhecimentos.

O evento é uma realização conjunta da Emme Brasil, Inner Group e Messe Düsseldorf. 

As inscrições para visitantes estão abertas e são gratuitas a profissionais do setor. Garanta sua participação aqui.

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