Felipe Galtaroça, CEO da Ideal BI Consulting, estará à frente da apresentação que debaterá o impacto das mudanças climáticas, de questões econômicas e da pandemia no setor
Uma das palestras mais aguardadas do ProWine Forum é sempre a do CEO da Ideal BI Consulting, Felipe Galtaroça, que retorna à grade este ano para apresentar o “Mercado de vinhos e espumantes no Brasil: histórico pré e pós pandemia”, com dados e insights valiosos. Segundo Galtaroça, o setor vem, constantemente, passando por muitas mudanças, e provavelmente o cenário em outubro, na realização da ProWine São Paulo, certamente já será outro.
“De modo geral, o que levamos para a PWSP é uma apresentação abordando o histórico do mercado de vinhos no Brasil, incluindo brasileiros e importados. Os principais movimentos que sentimos em relação às mudanças climáticas e a influência delas no mercado de vinhos; o crescimento de brancos em relação aos tintos, por conta desses aspectos; questões econômicas e o quanto interferem na expansão ou não do mercado. Temos, pela segunda vez consecutiva, a não redução da taxa de juros, que era esperada contínua para esse ano e isso tudo interfere tanto no investimento do varejo como um todo, como cliente, quanto na decisão dos importadores em investir em estoque ou não”, revela o CEO.
O executivo fala que vem analisando o movimento de sell out no Brasil e como o varejo decide o momento ideal para reinvestir em estoque. Esse processo é influenciado pelo desempenho das vendas, que por sua vez, pode ser afetado por condições climáticas. Portanto, há um ciclo de mercado onde diversos fatores, como o clima e a economia, impactam diretamente o comportamento varejista.
A apresentação deve explorar como esses fatores interagem e moldam as tendências. Galtaroça também trará as projeções para 2025, considerando o que era esperado para 2024, o que realmente ocorreu e como isso pode influenciar a cadeia distributiva no país.
Muito se falou que o consumo de vinhos cresceu com a pandemia de Covid-19, impulsionado pelo lockdown e com as pessoas mais tempo em casa. O CEO atesta que se teve em ano pandêmico o melhor ano da história do mercado de vinhos no Brasil. Com restaurantes fechados e a impossibilidade de viajar, entre outros, o vinho se tornou a bebida daquele momento.
“Pós pandemia, tivemos uma série de problemas, principalmente econômicos. Aumento da inflação, que diminuiu o poder de compra da sociedade, que voltou à rotina antes interrompida. Então, aquele momento de estar em casa, mesmo com o trabalho remoto, já não era uma realidade unânime. Começou-se a voltar para os escritórios, as pessoas voltaram a viajar, a frequentar os restaurantes. Tivemos problemas com o encarecimento dos insumos, até falta de vidro”, revela Galtaroça.
O mercado de vinhos enfrentou um problema de excesso de estoque devido a essa desaceleração abrupta após um período de rápido crescimento. Inicialmente, estava acelerando rapidamente, mas a desaceleração veio de forma inesperada, e o varejo continuou a comprar e estocar produtos sem saber quando a demanda começaria a diminuir. Isso resultou em overstock, um acúmulo de produtos que se está tentando ajustar ao longo dos últimos anos.
O ajuste de estoque é um processo em andamento e o varejo está lidando com as consequências disso. O vinho, ao contrário de produtos de giro rápido, exige um período mais longo para se tornar rentável devido ao seu tempo de estoque mais extenso. Isso é um desafio, já que o fluxo de caixa é premissa básica para a saúde financeira do varejo. Como resultado, enfrenta-se a diminuição do número de marcas disponíveis nas gôndolas, a extensão dos prazos de pagamento e a necessidade de investir mais em serviços para ajudar a impulsionar as vendas.
“Toda essa mudança também está atrelada à economia, porque se tivéssemos uma taxa de juros de 2% ao mês, os varejos não estariam preocupados se o dinheiro ficaria parado, mas hoje ele rentabiliza muito fora do estoque e acaba tirando a margem financeira daquele produto que demanda seis meses de estoque em média”, reitera o CEO.
Sobre tendências de consumo em 2024 e o que pode vir para 2025, Galtaroça lembra que o maior consumo no Brasil são de tintos, mas está condicionado ao clima mais frio. Quando não se tem frio ou os períodos gelados são mais curtos, em teoria você tem um consumidor que busca produtos mais refrescantes, como os brancos. No entanto, o mercado esbarra em um problema: quando se refere ao consumidor de primeiro preço, não se está observando essa transição.
“Perdemos mercado para a cerveja. Quando olhamos para os vinhos de maior valor agregado, sim, os brancos ganham força. Temos um momento de mostrar ou apresentar ao mercado os produtos refrescantes que estão dentro da categoria, com convencimento, com aspectos culturais e tudo mais. O branco tem que ser hoje foco de qualquer conversa. Temos os espumantes, que também são refrescantes, porém, ainda estão muito atrelados às festividades. Se eu tenho uma festa, eu penso em espumante, mas se faz calor, eu vou pensar em cerveja. Ainda não conseguimos mudar a cabeça do consumidor para um produto refrescante dentro da nossa categoria quando falamos em produtos mais baratos”, indica o CEO.
Segundo ele, nos últimos dez anos, a participação dos vinhos brancos nas vendas no primeiro semestre foi em média de 17% a 18%, mas em 2024 essa participação subiu para 22%. Ao mesmo tempo, as vendas de cerveja aumentaram ligeiramente, com um ganho de 1 a 2 pontos percentuais. Além disso, há uma observação de que, em junho de 2023, que foi um mês frio, as vendas estavam em um nível diferente do que em junho de 2024, que foi um mês quente. Essa mudança climática resultou em uma queda nas vendas de vinho no varejo, evidenciando a influência do clima no consumo. Com o aquecimento global, o consumo de vinhos pode diminuir.
A masterclass “Mercado de vinhos e espumantes no Brasil: histórico pré e pós pandemia” acontecerá durante o ProWine Forum, no dia 1º de outubro, das 15h às 16h.
A programação completa das sessões será divulgada em breve. Aos visitantes, as inscrições para participar das salas abrem em setembro, são limitadas e podem ser feitas diretamente no site. Fique atento, pois as vagas costumam ser preenchidas rapidamente.
Para facilitar, registre-se gratuitamente agora e conheça o programa em primeira mão. Acesse www.prowinesaopaulo.com.
ProWine São Paulo 2024
A ProWine São Paulo acontecerá de 1º a 3 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP e é um spin-off da ProWein de Düsseldorf, na Alemanha. Desde sua estreia, em 2019, tem proporcionado uma experiência única, reunindo os principais players da indústria durante três dias para geração de negócios, lançamentos, networking e compartilhamento de conhecimentos.
O evento é uma realização conjunta da Emme Brasil, Messe Düsseldorf e Inner Group.
As inscrições para visitantes estão abertas e são gratuitas a profissionais do setor. Garanta sua participação aqui.
Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme,
São Paulo – SP, 02055-000