Vitório Basso chegou ao Brasil no final do século XIX, vindo da Itália, com esperança no olhar e algumas mudas de videiras nas mãos. Em Mato Perso, hoje parte do município de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, ele começou a plantar e a produzir vinhos. Cada cacho representava um sonho de prosperidade; cada garrafa, a herança de uma terra que ele havia deixado para trás.

A paixão pelo vinho foi transmitida como um legado familiar. Por volta de 1940, Hermindo Basso ergueu a primeira vinícola da família – uma cantina rural modesta, mas que já carregava o DNA de um negócio que atravessaria gerações. Dali nasceu a Basso Vinhos e Espumantes, hoje situada em Monte Bérico, no segundo distrito de Farroupilha. A marca preserva a essência do passado, sem perder de vista o futuro.

Esse futuro está mais evidente do que nunca. No Guia Descorchados 2025, a Basso se destacou com duas inserções importantes: os espumantes Mayos Brut Champenoise 2021 e Mayos Nature Champenoise 2021 foram reconhecidos entre os melhores do país. Para Fabiano Basso, CEO da vinícola, a marca Mayos é jovem e carrega uma linguagem mais descontraída, voltada exclusivamente para o segmento especializado e on-trade. Embora recente, o projeto é desenvolvido com foco na exclusividade. Além disso, a empresa mantém uma curadoria de produtos importados.

“Aí entram os nossos parceiros do Chile, com a marca Toro de Pedra, que é a marca de vinhos Gran Reserva mais vendida no Chile. E trazemos para o Brasil, de forma exclusiva para distribuição nacional. A Basso assumiu essa distribuição há pouco tempo e já conseguimos um trabalho bem bacana. Hoje, no Brasil, a Toro de Pedra figura entre as cinco marcas de vinhos Gran Reserva mais vendidas”, explica Fabiano.

De Portugal, a Basso trouxe a Alma de Lisboa, cujo nome remete à alma portuguesa. Em março de 2025, foi a vez da Argentina entrar no portfólio, com a Finca Rivadavia.

No mercado interno, a aposta está na Tannat, uma uva potente que expressa o potencial da região sul do Brasil. O Monte Paschoal Reserva Tannat, do Terroir Campanha Gaúcha, foi premiado com duplo ouro na Grande Prova de Vinhos do Brasil. A região, próxima à divisa com o Uruguai, vem se consolidando como produtora de tintos de alta qualidade. 

“Se falarmos de Moscatel, nós temos Farroupilha como a nossa casa. Se falarmos espumante, buscamos aqui na Serra Gaúcha. Se falarmos em tintos, como o Tannat, buscamos na Campanha Gaúcha”, detalha Fabiano, ressaltando a importância de respeitar as particularidades de cada terroir.

A vinícola também está atenta ao mercado de espumantes. Segundo o CEO, o consumo da bebida tem se tornado mais frequente, principalmente em encontros entre amigos, mesmo fora das tradicionais celebrações de fim de ano. “Sempre falamos que somos uma empresa orientada muito pelo mercado, pelo comercial. Percebemos que o espumante está entrando no consumo diário, principalmente nos encontros entre amigos. Essa é uma crescente mesa a mesa”, comenta.

O movimento de expansão para fora do Rio Grande do Sul também é estratégico. Hoje, a região Sudeste é o principal mercado da Basso, superando o Sul em termos de relevância comercial. Esse crescimento foi sustentado por estratégias comerciais bem definidas e uma logística eficiente, que facilita a presença da marca em diversas cidades do país.

A vinícola mantém como filosofia a entrega do melhor custo-benefício, buscando surpreender o consumidor com produtos de qualidade a um preço justo. Esse compromisso se reflete também na participação na ProWine São Paulo. “A feira o é o palco do encontro de todo esse trade com os produtores e consumidores. É um momento muito importante para apresentar o portfólio e as novidades do ano”, afirma Fabiano.

Para a edição deste ano, a Basso prepara o lançamento de uma nova linha de espumantes pelo método tradicional. “Teremos diversos lançamentos de produtos na feira. Entre eles, uma linha de espumantes do método champenoise, produtos que vêm com essa mensagem de surpreender mais uma vez o nosso consumidor”, destaca o CEO.