A Vinícola Aurora, de Bento Gonçalves (RS), elevou as exportações, de janeiro a setembro deste ano, para 1,014 milhão de litros de bebidas comercializadas no exterior, uma alta de 17% em relação ao mesmo período de 2024. A China foi o principal destino (23,7%) dos produtos da cooperativa após adaptações feitas para se ajustar ao mercado do país asiático.

Os sucos gaseificados foram os produtos mais vendidos para lá. Segundo Rodrigo Valerio, diretor de marketing e vendas da Vinícola Aurora, o suco rosé foi desenvolvido especialmente para o mercado chinês.

“O desempenho é resultado dos esforços da Aurora em escutar o mercado e desenvolver uma bebida baseada na demanda. Uma busca por bebidas saudáveis, com baixo teor de álcool, prazerosas de beber e que ainda traz benefícios. O segundo passo foi aprimorar embalagens “, afirma.

Depois da China, o Paraguai foi o segundo maior destino dos produtos da vinícola, com 16,6% do total vendido para fora, seguido de Gana (13,2%), Uruguai (10,5%) e Estados Unidos (9,5%). Os números são resultado da busca da Aurora pela expansão das exportações para a África e países do Mercosul.

Entre todos os produtos da cooperativa, as vendas externas de suco de uva representam 52%, seguidas de vinhos, com 41%.

O crescimento das exportações se insere no contexto da retomada neste ano da cooperativa vinícola, a maior do país, após dois anos turbulentos, com a imagem da Aurora abalada no Brasil e no exterior pela notícia da prática de trabalho análogo à escravidão por uma de suas terceirizadas e quebra de safra.

Agora, a Aurora está de olho também em mercados europeus. É o caso da Sérvia, onde a cooperativa firmou parceria com um cliente na feira ProWine São Paulo. No evento, a vinícola também ampliou negociações com Eslováquia e França.

“São mercados que, embora não estejam entre os focos principais, demonstram crescente interesse pelos rótulos brasileiros”, afirma Giorgia Mezacasa Forest, que lidera a área de importação e exportação da Vinícola Aurora.

Segundo Forest, a feira também mostrou novas oportunidades no continente africano, especialmente para a linha de sucos de uva e produtos em Tetra Pak. Profissionais da Rússia e China se interessaram pelos produtos desalcoolizados, que começa a ganhar espaço no mercado.

Fonte: Folha de S. Paulo