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Vistamontes se prepara para revelar sua nova joia na ProWine São Paulo

Conheça a vinícola cujo nome é inspirado nas montanhas que cercam os vinhedos e na vista que define a identidade da marca; blend inspirado no santo padroeiro dos viticultores será apresentado pela primeira vez na feira

Em Faria Lemos, distrito que parece flutuar sobre os vales da Serra Gaúcha, a Vistamontes Vinícola ergue-se como um ponto de encontro entre a tradição centenária e a inquietude do novo. De longe, a paisagem hipnotiza: parreirais que parecem dançar ao ritmo do vento, um horizonte costurado por montanhas e o aroma da uva madura. É ali, no coração de Bento Gonçalves, que Anderson De Césaro e Geyce Marta Salton decidiram perpetuar um legado iniciado em 1918, com as primeiras plantações. A partir do solo que sustenta gerações, o casal une técnica e afeto na elaboração de espumantes e vinhos, um resgate de histórias antigas embebidas no frescor do presente. 

Césaro, que divide as funções de administrador e enólogo ao lado da esposa, abriu as portas da vinícola para a equipe da ProWine São Paulo. Entre as barricas de carvalho e os modernos tanques de concreto, compartilhou detalhes do processo de produção que vai além da técnica. “A Vistamontes nasceu em 2009 a partir de um sonho meu e de minha esposa, que decidimos dar um novo destino às uvas cultivadas há mais de um século pela família. Foi em 2009 que lançamos a primeira garrafa com o rótulo ‘Vistamontes’”, conta. 

Quando o assunto é o nome, a escolha não segue a tradição brasileira de batizar vinícolas com o sobrenome da família. Aqui, ele faz referência à paisagem. É algo que fica evidente quando se está na propriedade e surgiu, naturalmente, inspirado nas montanhas que cercam os vinhedos e na vista que define a identidade da marca.

Em meio às colinas, a Vistamontes desenha sua própria paleta de sabores. O Merlot se consagra como a casta ícone da Serra Gaúcha, mas é no encontro entre tradição e ousadia que a empresa constrói sua personalidade. Ao lado dele, ganham espaço varietais menos convencionais para a região, como o Malbec, que imprime um toque de inovação, e a Syrah, carregando complexidade e intensidade.

Há também a Albarossa, uma aposta recente, trazida para o Brasil há poucos anos, e o delicado Pinot Noir, capaz de expressar nuances únicas sob o terroir gaúcho. Cada rótulo é um reflexo dessa escolha criteriosa, onde a seleção de uvas traduz a essência da vinícola: respeitar o legado e, ao mesmo tempo, abrir caminho para o futuro.

Sob influência do rio das Antas, os vinhedos se estendem voltados para o nascente, beneficiados pela face norte, onde o sol garante calor e luz essenciais ao amadurecimento das uvas. Mas é a névoa matinal que define o cenário, um manto de bruma que sobe do rio e se espalha pelas plantações, trazendo umidade e frescor, elementos que, segundo Césaro, conferem tensão e vivacidade aos vinhos elaborados ali.

O solo pedregoso e o relevo acidentado também moldam o trabalho na Vistamontes. Por ali, a viticultura é uma arte sem o auxílio de máquinas. O cultivo é realizado manualmente, uma escolha quase inevitável: as fileiras em patamares evidenciam a diferença de altura entre uma e outra, que pode chegar a dois metros e meio. 

Nesse cenário desafiador, o trabalho manual não apenas preserva a integridade das videiras, mas também imprime um ritmo distinto ao processo, um compasso que respeita o tempo da terra e o ciclo natural das uvas.

“Hoje temos quatro vinhos, todos da safra 22, que foi uma excelente safra de Merlot, com quatro métodos de elaboração bem distintos. O Merlot Inovum, por exemplo, nasce desenhado no ovo de concreto. Ele permaneceu 21 meses em contato no tanque de concreto, o que o torna um vinho mais mineral, mais fresco, com características que lembram o calcário, o grafite. Depois, nós temos o nosso vinho mais tradicional, que é o Merlot Vistamontes, com passagem de 16 meses por carvalho francês”, explica Césaro.

O Merlot Gran Inovum é um blend de barrica e concreto. E o ícone desses quatro é o Merlot Rebeldia, onde a fermentação foi feita com 30% de cachos inteiros. Segundo o enólogo, essa técnica foi uma provocação que veio do mercado, algo que até então a Vistamontes não utilizava e nem conhecia. O teste no Merlot Rebeldia 21 deu tão certo que o rótulo se tornou destaque no Guia Descorchados daquele ano.

Vale ressaltar que a Vistamontes iniciou suas atividades com a produção de suco de uva, mas atualmente não fabrica mais esse produto. O foco agora é exclusivamente nos vinhos, além de uma pequena produção de espumantes. Dentre eles, destaca-se o Nature Rosé de Malbec, que é produzido em um lote bem limitado na safra atual, com apenas 599 garrafas. Apesar de a uva Malbec não ser tradicionalmente utilizada para a elaboração de espumantes, adotou-se o método tradicional para sua produção, conferindo um caráter único a esse vinho.

Atenta às novas tendências do mercado, a vinícola abraçou o enoturismo com o mesmo carinho e dedicação que coloca em seus vinhos. Aberta de segunda a sábado, oferece às pessoas a oportunidade de se conectar com o universo da viticultura em um ambiente acolhedor e imersivo. Faria Lemos é também uma região que integra um dos mais renomados roteiros turísticos de Bento Gonçalves e a Vistamontes se tornou parte disso.

Atualmente, cerca de 35% da receita da empresa vem do enoturismo, o que não apenas contribui para a geração de renda, mas também para a criação de experiências memoráveis. Para os visitantes, mais do que a chance de conhecer a produção de vinhos e espumantes, é um convite a vivenciar o processo, entender a paixão que se mistura ao trabalho manual nos vinhedos e a refletir sobre a história que cada garrafa carrega. A visita não é apenas uma atividade comercial, mas um mergulho na identidade da marca, que se torna cada vez mais um elo entre a família, a terra e o visitante.

Na ProWine São Paulo, com as bençãos de São Martinho

Na Vistamontes, as videiras crescem sob a bênção do santo padroeiro dos produtores de vinho, cuja igreja desponta ao fundo, vigia silenciosa sobre a paisagem. Foi nesse cenário que nasceu o Cortes São Martinho, um vinho que carrega a essência da terra e a devoção à tradição.

“O Cortes São Martinho é um blend especial, elaborado com as variedades cultivadas aqui. É a nossa forma de homenagear o santo padroeiro e também de celebrar a nossa trajetória. Esse será o nosso lançamento na ProWine São Paulo 2025, e eu convido a todos a provarem essa joia no nosso stand”, anuncia Césaro.

Para ele, a presença na feira não se resume à exposição de produtos, mas representa uma oportunidade única de imersão no universo do vinho. Estar na ProWine São Paulo significa não apenas apresentar os lançamentos da vinícola, mas também vivenciar o setor de perto, provar rótulos de outros grandes produtores, trocar experiências e captar tendências. Esse contato direto com players do mercado possibilita a atualização constante e fortalece o posicionamento da marca, criando um espaço para o aprendizado e a troca de ideias que ajudam a moldar os próximos passos da Vistamontes.

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